Para quem está no corre,
O nascimento das obras
Soam como a gestação de um elefante:
Demorada, árdua, delicada
Dolorida e coberta de salgadas lágrimas
Um parto
Necessário para que do desconforto
Venha a luz de Deus Rá
Abençoando os caminhos
Aos nascidos, desejo que a areia branca
Que nos cerca durante os dias
Não irrite a sua vista
E que a dor que vem junto com a pele colorida
Não limite o andejar
Porque vocês são o nosso sonho mais distante
Por isso reverenciar!
Se estão aí
Se são fruto do Hip-Hop
É porque quem veio antes
Não desistiu de ser quem era
Não desistimos da religião, da capoeira angola,
De nossas línguas e jeitos,
Dos chás, do cuidado, da malícia,
Da mandinga, do molejo
Sem cabeça baixa pra lei
Sem submissão
E com nariz erguido
Não em pedaços como o da esfinge
Que tramem as suas ideias para serem revide
Voz matriz,
Raiz de um tempo que deixamos
do outro lado do mar
Mas que ainda está aí
Entre a água
Do mar
Terra
Fogo
Vento
Ar
Passado, presente e futuro
Sem divisão de espaço e tempo
Vocês são o futuro.
